Educação Que Honra as Raízes: Bahia Celebra Povos Originários Com Avanços na Rede Estadual
- 14/04/2025
- 0 Comentário(s)

A proximidade do Dia dos Povos Originários, celebrado em 19 de abril, reforça o protagonismo da Bahia na valorização das culturas indígenas por meio da educação. O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (SEC), tem promovido avanços significativos na Educação Escolar Indígena, com investimentos superiores a R$ 70 milhões, contemplando a construção, ampliação e modernização de escolas, além da valorização de professores indígenas e do estímulo à participação estudantil.
A rede estadual conta atualmente com 71 escolas indígenas – sendo 27 sedes e 44 anexos – distribuídas em 27 municípios, atendendo mais de 11 mil estudantes. Já foram realizadas dez obras estruturantes em cidades como Paulo Afonso, Glória, Rodelas e Prado. Entre os cerca de 700 docentes indígenas, 88 são efetivos e 612 atuam por meio do Regime Especial de Direito Administrativo (Reda). Um dos marcos recentes foi a sanção da lei que reestrutura a carreira do magistério indígena, equiparando os direitos e remunerações aos demais professores da rede estadual.
“A Bahia vive uma verdadeira revolução na implementação da Educação Escolar Indígena, resultado de um projeto político que escuta as lideranças e garante currículo contextualizado, valorização da carreira docente indígena, construção de escolas nas aldeias e oferta de material didático específico”, afirma Poliana Rios, diretora da Educação de Povos e Comunidades Tradicionais da SEC. “Há também um forte compromisso com o protagonismo da juventude indígena e a valorização dos mais de 30 povos originários presentes no estado.”
As iniciativas seguem os princípios da Lei Federal nº 11.645/08, que torna obrigatória a inclusão da história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo escolar. A SEC, com o apoio da Superintendência de Políticas para a Educação Básica (Suped), da Diretoria de Educação dos Povos e Comunidades Tradicionais (DEP) e da Coordenação de Educação Escolar Indígena (CEEI), garante a construção de políticas públicas junto às comunidades, promovendo uma educação bilíngue, diferenciada e intercultural.
Para Marcineia Tupinambá, coordenadora pedagógica do Colégio Estadual Indígena Tupinambá de Acuipe de Baixo (CEITAB), em Ilhéus, o modelo educacional praticado é essencial para a identidade e formação dos estudantes. “As aulas ocorrem em espaços como praias, rios e manguezais. Lideranças e pessoas sábias da comunidade fazem parte do processo pedagógico, o que torna a aprendizagem realmente diferenciada”, destaca. Segundo ela, esse modelo contribui para a formação política desde a infância, preparando os jovens para atuarem com orgulho em diferentes contextos sociais.
A força desse trabalho já começa a gerar resultados concretos. Uma ex-aluna do Colégio Estadual Indígena Capitão Francisco Rodelas, em Rodelas, foi aprovada em Medicina, pela Universidade Estadual da Bahia (Uneb), e em Psicologia, pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). “Nossos mais velhos sonharam com uma escola que respeitasse nossa identidade cultural. Hoje, somos a prova da realização desse sonho”, celebra a jovem.
Entre os projetos em destaque estão o Encontro da Educação Escolar Indígena, o Programa Ação Saberes Indígenas na Escola, os Jogos Estudantis Indígenas da Bahia (JEIBA) e ações voltadas à valorização ambiental e cultural. Essas iniciativas reforçam o combate ao preconceito, o respeito à diversidade e a construção de uma sociedade mais justa por meio do intercâmbio de saberes.
A celebração do 19 de abril vai além do simbolismo: é a reafirmação do compromisso da Bahia com uma educação pública de qualidade, que transforma vidas, fortalece identidades e honra a ancestralidade dos povos Pataxó, Tupinambá, Tumbalalá, Kiriri, Kaimbé, Xukuru-Kariri, Atikum, Pankararé, entre outros. Municípios como Abaré, Banzaê, Pau Brasil, Ilhéus, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália são exemplos vivos dessa transformação.
Fonte e Imagem: Gov/Ba