​Especialistas Alertam para Perigos do Uso Indevido de Medicamentos como Pré-Treino nas Academias

  • 09/04/2025
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​Especialistas Alertam para Perigos do Uso Indevido de Medicamentos como Pré-Treino nas Academias

A crescente busca por aumento de desempenho e alívio de dores tem levado muitos praticantes de atividades físicas a recorrerem ao uso de medicamentos sem orientação médica. Entre os mais comuns estão anti-inflamatórios, relaxantes musculares e até medicamentos para disfunção erétil, como a tadalafila, que tem sido cada vez mais utilizada como pré-treino, especialmente entre os jovens. Especialistas do Hospital Santa Catarina – Paulista alertam para os riscos dessa prática e seus potenciais danos à saúde.

O cardiologista Dr. Nilton José Carneiro explica que o uso indiscriminado de anti-inflamatórios pode prejudicar seriamente o sistema cardiovascular. “Esses medicamentos afetam os vasos sanguíneos e a função renal, podendo descontrolar a pressão arterial e aumentar o risco de problemas graves como infarto, AVC e insuficiência cardíaca”, alerta. Ele destaca que o perigo se intensifica em pessoas com condições pré-existentes, como hipertensão, diabetes e tabagismo. Além disso, a combinação entre anti-inflamatórios e exercícios intensos pode ser extremamente arriscada, pois ambos exigem grande esforço do sistema cardiovascular, potencializando os efeitos adversos.

Dr. Carneiro também enfatiza que dores crônicas devem ser tratadas de forma adequada, com o acompanhamento de profissionais como fisiatras, ortopedistas e anestesiologistas, que oferecem abordagens seguras e eficientes para o alívio da dor.

Outro medicamento em destaque é a tadalafila, geralmente utilizada para tratar disfunção erétil, mas que tem ganhado popularidade entre praticantes de musculação, que acreditam que ela pode melhorar o desempenho físico por meio da vasodilatação. O urologista Dr. Alexandre Sallum, do Hospital Santa Catarina – Paulista, explica que essa prática é baseada em uma ideia sem comprovação científica. “Não há evidências que comprovem que a tadalafila melhore o desempenho físico. Pelo contrário, seu uso pode trazer sérios riscos, como taquicardia, falta de ar, dores de cabeça intensas e alterações na pressão arterial. Em casos graves, pode levar a infarto ou AVC”, alerta.

Sallum também ressalta o risco da dependência psicológica, especialmente entre jovens que acreditam que o medicamento é necessário para ter um bom desempenho sexual, criando um ciclo vicioso e desnecessário de uso.

O ortopedista Dr. Fábio Datti, também do Hospital Santa Catarina – Paulista, chama a atenção para o uso de relaxantes musculares após o treino. Esses medicamentos, segundo Datti, podem mascarar dores naturais do processo de adaptação muscular, como as microlesões causadas por treinos intensos. “O uso excessivo de relaxantes musculares interfere na recuperação e pode prejudicar a síntese de proteínas e o reparo dos tecidos musculares”, explica.

Dr. Datti ainda alerta que relaxantes musculares podem causar sonolência, tontura e dificuldades de concentração, e que o uso de anti-inflamatórios em lesões musculares agudas é cada vez mais desaconselhado, já que interfere no processo inflamatório necessário para a regeneração dos músculos.

Os especialistas ressaltam que o uso de medicamentos deve ser sempre feito sob orientação médica. A automedicação, além de comprometer o rendimento físico, pode trazer sérios danos à saúde a longo prazo. “O exercício físico é fundamental para a saúde, mas precisa ser feito com responsabilidade. Medicamentos não são pré-treino e, quando usados sem necessidade, se tornam um risco desnecessário”, conclui Dr. Carneiro.


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