Estudo Revela Que Um Terço Dos Brasileiros Com Doenças Oculares Abandona Tratamento e Sofre Impactos Profundos
- 09/04/2025
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Uma pesquisa recentemente realizada no Brasil revela dados alarmantes sobre o abandono do tratamento de doenças oculares graves, como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e o edema macular diabético (EMD). Essas condições, que afetam principalmente pessoas acima de 55 anos, impactam mais de 1,4 milhões de brasileiros e devem atingir 1,7 milhão em cinco anos, devido ao envelhecimento da população e ao aumento dos casos de diabetes.
O levantamento, conduzido em parceria entre uma universidade de renome e uma ONG dedicada às doenças da retina, identificou que cerca de um terço dos pacientes com DMRI ou EMD já desistiram do tratamento em algum momento. A interrupção terapêutica pode levar a uma progressão mais rápida das doenças e ao agravamento dos sintomas, como perda de visão central, que afeta atividades cotidianas como ler, dirigir ou fazer compras.
Desafios no Tratamento e a Perda de Visão
Segundo especialistas, as condições estudadas afetam a mácula, a área central da retina responsável pela visão detalhada. O tratamento para essas doenças costuma envolver injeções intravítreas mensais, um procedimento que demanda tempo e pode gerar desconforto para os pacientes. A pesquisa revelou que quase metade dos pacientes entrevistados (45%) já experimentaram uma perda significativa de visão, refletindo em uma diminuição da qualidade de vida.
A oftalmologista responsável pelo estudo, Dra. Patricia Kakizaki, destaca que o diagnóstico tardio e a baixa adesão ao tratamento são fatores cruciais para esse cenário. No entanto, novas inovações terapêuticas estão sendo desenvolvidas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes, tornando o tratamento mais eficiente e menos oneroso.
Impactos Sociais e Psicológicos
Além dos desafios clínicos, a pesquisa identificou que as doenças oculares crônicas também afetam significativamente a saúde financeira e psicológica dos pacientes. Cerca de 60% dos entrevistados relataram dificuldades financeiras devido ao tratamento, e 47% mencionaram a necessidade de apoio psicológico para lidar com a condição. Além disso, a maioria dos pacientes enfrenta comorbidades, como diabetes, hipertensão e doenças renais, o que agrava a situação.
Inovação e Melhorias no Atendimento ao Paciente
O estudo também enfatizou a importância de unir o tratamento médico com suporte psicológico, uma abordagem que pode ajudar a melhorar a adesão ao tratamento e estabilizar a condição ocular. A pesquisa apontou ainda que, durante a pandemia de COVID-19, muitos pacientes suspenderam os tratamentos, o que resultou em perda de visão adicional.
Em relação às perspectivas futuras, a liderança médica da indústria farmacêutica brasileira afirma que a ciência está avançando rapidamente para desenvolver soluções que não só tratem as doenças oculares, mas também melhorem a experiência do paciente, com foco na comodidade e redução dos impactos na vida cotidiana.
Sobre a Pesquisa
O estudo foi realizado com 155 pacientes de diversas regiões do Brasil, sendo a maioria mulheres (65%) e com idade superior a 60 anos. A pesquisa incluiu também pacientes que estavam em tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), evidenciando as diferenças no acesso ao tratamento em diferentes sistemas de saúde.
Este levantamento lança luz sobre a necessidade urgente de melhorar o atendimento aos pacientes com doenças oculares graves e a importância de combinar cuidados médicos com suporte psicológico para garantir o melhor tratamento e a manutenção da visão.