Surto de Sarampo nos Estados Unidos Gera Alerta para a Vacinação de Viajantes Brasileiros

  • 19/03/2025
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Surto de Sarampo nos Estados Unidos Gera Alerta para a Vacinação de Viajantes Brasileiros

Brasil monitora a situação após surgimento de 258 casos em três estados dos EUA


O recente surto de sarampo nos Estados Unidos tem gerado preocupações entre as autoridades sanitárias brasileiras, especialmente considerando o grande número de brasileiros que viajam para aquele país. Em 2023, cerca de 1,91 milhão de brasileiros visitaram os EUA, conforme dados do Escritório Nacional de Viagens e Turismo (NTTO), com dezenas de voos diários para diferentes estados. Até o dia 12 de março, o surto havia registrado 258 casos de sarampo, concentrados nos estados do Texas, Novo México e Oklahoma, com casos graves, incluindo recém-nascidos cujas mães não estavam vacinadas.

A médica infectologista Sylvia Freire, do Sabin Diagnóstico e Saúde, alerta que a vacinação é a principal medida preventiva contra essa doença potencialmente grave. “A vacina tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola, é recomendada para todas as crianças a partir de 12 meses e também para adolescentes e adultos que não receberam as doses necessárias durante a infância”, explica. Para os brasileiros até 29 anos, o Programa Nacional de Imunizações indica duas doses com intervalo de pelo menos um mês, enquanto para aqueles de 30 a 59 anos, uma dose única é suficiente, exceto para trabalhadores da saúde, que devem receber duas doses, independentemente da faixa etária.

Em casos de surtos, o protocolo pode ser ajustado, e em algumas situações, crianças entre 6 e 12 meses podem receber uma dose extra da vacina tríplice viral.

Transmissão e Riscos do Sarampo

O sarampo é altamente contagioso e é transmitido por via respiratória, através de espirros, tosse, fala ou até mesmo respiração. A infecção pode ser transmitida antes mesmo do aparecimento dos sintomas típicos, como as manchas vermelhas no corpo. A infectologista Sylvia Freire enfatiza a importância de os adultos verificarem sua vacinação, já que a doença pode retornar ao Brasil com a circulação internacional. "O sarampo é uma doença potencialmente grave, e os pacientes que tiverem dúvidas sobre sua imunização devem procurar uma unidade de saúde", recomenda.

Antes da introdução da vacina em 1963, o sarampo era responsável por epidemias periódicas que causavam a morte de milhões de pessoas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o sarampo como uma das doenças mais contagiosas do mundo, com uma taxa de mortalidade entre 5% e 10% em crianças de países em desenvolvimento. As complicações graves incluem encefalite, pneumonia e infecções bacterianas secundárias. Mulheres grávidas infectadas podem ter complicações como parto prematuro ou bebês com baixo peso. Crianças menores de 5 anos e pessoas com o sistema imunológico enfraquecido estão entre os grupos de risco mais elevado.

Vigilância para Viajantes Retornando ao Brasil

Viajantes que retornam dos Estados Unidos ou de outros destinos com surto de sarampo devem estar atentos ao aparecimento de sintomas, como febre e manchas vermelhas, nos 21 dias seguintes ao retorno. A infectologista pediátrica do Sabin, que reforça as orientações do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), alerta para a importância de evitar o contato com outras pessoas até ser avaliado por um profissional de saúde, caso esses sintomas se manifestem.

A OMS relatou que, em 2023, mais de 300 mil casos de sarampo foram registrados em todo o mundo. Embora a cobertura vacinal global atenda 83% da população, o número ainda está abaixo da meta ideal de 95%, o que representa um risco para o controle da doença.

Diante deste cenário, a recomendação é clara: a vacinação é a melhor maneira de proteger a população e evitar a propagação do sarampo, tanto em viagens internacionais quanto no retorno ao Brasil.


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